29 de janeiro de 2005

O Jogo

Não tinha normas aquele jogo, nem regulamento. Era um jogo, como se joga na vida, era a própria existência.
Era o entretenimento de que se fala num tempo passado e que se brinca, quando ao longe se vê o futuro.
No recreio, a correria das regras e as faltas inocentes, e as culpas que passam ao lado… Que perfeita a imperfeição daquela distracção. Tudo era completo, cumprido, acabado.
Os risos inocentes dos homens maduros, prudentes, que brincam à vida como crianças e que perdem a vida como velhinhos, que se esquecem do tempo, do momento, do agora, aqui, e do já!
E o jogo perdia os atletas, os desportistas, os corredores, aqueles que se aventuraram e perderam e aqueles que não queriam entrar no combate, e aqueles que não sabiam que o duelo acaba e acaba a vida, acaba o jogo, perde-se de vista, a pista, as barreiras.
E aqueles que ganham, chegam ao fim, saltam os obstáculos mais alto, e que brincam como adultos, e choram como crianças e têm o que recordar, como velhinhos.
E do recreio, corriam em alarme só aqueles que reconheciam que a vida só se joga uma vez...

6 comentários:

augustoM disse...

O seu texto lembrou-me o que é o presente e a importância que ele tem nas nossas vidas. O que é o presente?. É a linha divisória entre o passado e futuro. O passado por ser passado já não existe e o futuro como ainda não aconteceu também não existe, só o presente é real. Mas como a diferença entre passado e futuro, em tempo, é tão pequena, acontece a cada instante, também o presente é demasiado efémero, para que não o saibamos aproveitar.
Um abraço. Augusto

mfc disse...

Quando brincavamos no recreio da escola pensavamos que eramos grandes!
Hoje, quando brincamos/vivemos a vida, continuamos a pensar que somos grandes!

Rute disse...

A pena está em sabermos brincar e muitas vezes não sabermos viver como se brinca...

Hearthy Lovin Greens disse...

viverermos nós nesse jogo (de tabuleiro? de xadrez?) em que saltamos peças brancas e pretas quando de repente perdemos?

será que o nosso objectivo a viver o jogo, é começar do start, comprar muitos territorios como no Monopólio e alcançar a riqueza? (ou perderemos logo a seguir, falidos?)

Um beijo*

BlueShell disse...

Tenho medo desse jogo, sim...do alarme, do que é real...do que não é reversível...Medo, pavor...
Abraço, BS

Lino Gomes disse...

E nem se deve fazer intervalos, só, às vezes, mudanças de estratégia de jogo :)