18 de março de 2005

'no impossível'

O bater da porta. O chiar do rodar da chave, o eco dos meus passos pela sala, o súbito interromper do pensamento. Eu, por subconsciência a interpelar a escrita. Dividido entre a vida e o entendimento, saboreando sozinho a irresolução. A subversão de o fazer. A dúvida, se acaso quero. E eu quero o impossível. Agora sei. Qualquer coisa de imaginário e irreal que jamais vou ter. E sentirei sempre a imperfeição do universo. E passarei os meus dias, sozinho, a escrevê-lo. E oiço, do meu quarto donde escrevo, sem nada saber, Calígula verbalizar o que sempre compreendi em minha solidão, os homens morrem e não são felizes.

7 comentários:

BlueShell disse...

Não se existe por leviandade...Há sempre algo...algo que dá sentido à nossa existência. temos é que o descobrir...
Jinho e bom fds
BShell

Bellatrix disse...

Possivelmente. *

augustoM disse...

António, o pessimismo e a angústia andam a pairar por essas bandas.
Não se pensa menos nas coisas, só por termos a alegria de viver.
Viver é a única causa da nossa existência, por favor não deixemos o nosso egoísmo pessoal tentar moldar essa existência.
Um abraço. Augusto

Anónimo disse...

Não li Calígula. Mas leio aqui esse desejo de impossivel.:)
Stela

Angel disse...

no impossivel pode estar o possivel.
* * *

unknown disse...

lindo adorei este blog....está mt profundo..podes fazer uma visita ao meu blog e por lá um comentário..bj****

virna disse...

cheguei aqui através de outro blog (da amélia). uma trama. dos passos que conduzem aqui e ali.
o impossível? somos falta, sempre.
"il y a toujours quelquer chose d'absent qui me tourmente"
(camille claudel)