tag:blogger.com,1999:blog-5910170.post1841268847245230620..comments2023-06-21T13:04:39.331+01:00Comments on segundo - impacto: recadoUnknownnoreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-5910170.post-70025400812220520792007-08-23T16:51:00.000+01:002007-08-23T16:51:00.000+01:00Por isso não leio este teu recado como uma reflexã...Por isso não leio este teu recado como uma reflexão sobre a poesia. Mas sim e fundamentalmente sobre, aquele lugar, o que tu procuras, e que é, certamente, para ti, e para a tua poesia.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5910170.post-39926438963440142122007-08-23T16:45:00.000+01:002007-08-23T16:45:00.000+01:00Não deve, ainda assim, o poeta percorrer o seu "ca...Não deve, ainda assim, o poeta percorrer o seu "caminho até ao fundo"? abandonar-se em certa medida? Não creio que se trate de uma escolha, contudo, a dúvida existe, atormenta muitas almas. Sobretudo aquelas mais felizes que depressa encontram a dúvida - o "casamento". Arrisco, humildemente, dizer que há um salto neste «recado»: porque a "entrega", deve existir, sempre, sob pena de ser coisa nenhuma, ora, se a devoção (não necessariamente mutilação) prejudica a vida vivida, pois bem, deve-se estar atento. Mas a missão, a existir, bom, essa deve permanecer. Dostoiveski escrevia e experimentava, experimentava e escrevia. Tornou-se um «jogador» destruindo a sua família, ou um boémio, ou um louco, ou um bêbado, e por aí fora. Mas quantas não terá salvo durante séculos? Ezra Pound esteve preso e afastou todos à sua volta. Huxley, numa devoção desmedida à arte, quis encontrar a Verdade no lsd. Rimbaud, bom, esse, esteve no pior que se pode imaginar. Onde o génio o levou. Porque há algo que nos conduz. Acredito que todos temos um lugar na vida. Um lugar para aqueles que levam uma vida perfeitamente sã, mas também para aqueles, que não foram capazes de serem diferentes, ou melhores, o que é que isso seja: um huxley, um pound, um rimbaud, entre tantos outros. <BR/>(outro ponto) <BR/>Manoel de Barros refere: "eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina, é um paradoxo que ajuda a poesia." Mas poetas há que se iluminam com a própria luz, essa é a sua inspiração, não necessariamente mais verdadeira, mas possível. A Fernanda de Castro as flores bastavam-lhe, mas não a Pessoa, e muito menos a Luiz Pacheco. <BR/><BR/>Poética Contraditória <BR/><BR/>"Não digas o que sabes nos teus versos,<BR/>Deixa para trás a ciência e a consciência;<BR/>Tudo aquilo que em ti não for ausência<BR/>São ideais perdidos, ou submersos.<BR/><BR/>Abandona-te às vozes que não ouves,<BR/>E liberta os teus deuses nos teus dedos;<BR/>Não busques os sorrisos, mas os medos,<BR/>E o que não for ignoto e só, não louves.<BR/><BR/>Ser misterioso e triste, é ser poeta:<BR/>Mesmo a luz que palpita nos teus cantos.<BR/>É uma imagem heroica dos teus prantos.<BR/><BR/>Percorre o teu caminho até ao fundo,<BR/>E com os versos que achaste, aumenta o mundo.<BR/>Não sejas um escritor, mas um profeta."<BR/><BR/>António Quadros in, «Viagem Desconhecida»Anonymousnoreply@blogger.com