Ao longo da vida,
passamos por inúmeras injustiças.
É injusto ser multado
quando foram só 5 minutos, é injusto pagar acertos de contas logo agora que
veio o subsídio de férias, é injusto não receber aumento porque o ano é de
crise.
Mas há coisas,
parece-me, que são demais.
Nunca gostei de ser
invejosa, mas olhar para o lado, neste caso, é no mínimo inevitável.
Prevenar é uma vacina
que não faz parte do Programa Nacional de Saúde e que torna as crianças imunes
a infecções perigosas como a Hepatite B, Meningite, Difeteria, Tétano, Rubéola,
Tosse Convulsa e outras maravilhas que por aí circulam.
Cabe aos pediatras
recomendar, coisa que a maioria faz provavelmente porque tal como os pais
pensam que mais mais vale prevenir.
Enfim, são necessárias 3
doses, cada uma a custar a módica quantia de 70€.
Depois, temos a
outra vacina recomendada (pelos pediatras). Chama-se Rotavirús e protege
contra a gastroentrite, caganeiras (excuse my french), vómitos, náuseas e
amigos, que, diga-se de passagem, são coisas muito pouco agradáveis. Também são
precisas 3 doses ao preço de 50 e poucos euros.
Fazendo
as contas, vamos em 360€. Assim, do pé para a mão.
Até
aqui tudo mais ou menos bem porque vozes poderão dizer que "só dá quem
quer" e que se não é obrigatório, então não se queixem.
Para
não falar da ida aos médicos, de não ir trabalhar, de chatear tudo e todos à
nossa volta porque "o menino está doente".
A
Sociedade Portuguesa de Pediatria pediu formalmente ao Ministério da Saúde que
fosse considerada a comparticipação da vacina para o rotavírus mas por não ser
uma questão emergente (concordo) ainda está em águas de bacalhau.
A verdade é que depois da constipação, são gastroentrites e outras chatices do género que levam mais pais aos hospitais.
A verdade é que depois da constipação, são gastroentrites e outras chatices do género que levam mais pais aos hospitais.
Não querendo olhar
para o lado, lá está, ser invejosa (Deus me perdoe), vejo o
Estado e o Ministério da Saúde a comparticipar "coisas" muito mais
estranhas.
Para mim, das duas
uma: ou o estado passa a comparticipar estas vacinas ou em conjunto com a
Sociedade Portuguesa de Pediatria e outras entidades que me parece saberem do
assunto, chegam à conclusão que os pediatras não devem recomendar a
administração destas vacinas.
É inqualificável
deixar os pais de mãos atadas com a decisão de vacinar ou não vacinar os seus
filhos. Pais que (lá vem a crise outra vez) pura e simplesmente não têm
capacidade para comportar este tipo de "luxos". Que ao mais pequeno
sinal de alguma destas doenças se sentem menos pais, menos protectores e isso é
nada mais nada menos do que injusto.
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