8 de outubro de 2004

Doloso

O papel é também o esteio mouco de toda a minha vontade de falar. O registo Intimista, Interno e Intransmissível que nele redigo ampara o que atravessa a minha desatenta e obstruída sensibilidade subjugada a três simples I's. Aqui, resisto em dizer que sou o que lêem. Um dia, talvez. Mas certamente por cedência da mente lassa que se deixou vencer pela velocidade da esferográfica que impiedosa e ofensiva, rompeu o papel e largou o seu guia. A relação é desprezível e prefiro por isso que o papel permaneça mouco e que a vã falta de consciência de quem nele sou não esteja sujeita a nenhuma análise minha. E desta vã aproximação, a quem penso ser, um dia me hei-de rir e de julgar que tudo se resumia a vis artificies para me guiar.

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