É como andar debaixo de água estar ali sem ar como se um peso quisesse o nosso lá em baixo a tocar na areia, em tangente como se faltasse o sopro e a brisa e o vento e a corrente como se fosse fácil fechar os olhos ficar. na areia. tocar-lhe e ser também o pó.
2 de maio de 2005
"Fala: parece que mente/Cala: parece esquecer"
O silêncio é, porém, mais eloquente, tremendamente simples na forma como não se precipita no conhecer, no querer explicar, na súbita vontade de dizer amo-te, ou - para sempre, ou – tudo, ou – sim, ou – porquê?; sobretudo porque quer entender profundamente, e sente-o de forma delicada, renuncia o acordo de quem dorme pois já ouviu, de quem ao perguntar conclui, - sim amo-te, delicia-se simplesmente com a fragilidade da incerteza, da certeza, da prostração da palavra, aprofundando, pois à superfície é fácil dizer, pois à superfície não quero dizer e sei que lá não estás para ouvir. E na simplicidade está neste xadrez o erro, o desencontro, vil sedutor, que obriga a murmurar. Admirável, no mínimo, o toque que satisfaz, sem sentir; e há quem queira falar sem tocar, e ainda assim quem queira agradecer, admitindo a subjugação à dadiva do poder exprimir, que sente então, se não só vontade, que ouve se não só murmúrio, que faz se não só falar? Diz-me tu se sentes…
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2 comentários:
Muito lindo teu blog... estava procurando o blog de uma portuguesa chamada "Cila" e encontrei o seu! Gostei muito.
Um abraço.
Vim pela Roxanne. Um Blogue que lhe enche as medidas...parabéns! Gostei!
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