13 de outubro de 2006

tudo um sonho

Desilusão. Desapontamento. Por enganos constantes. Sempre em frases curtas a tristeza. Sempre simples a tristeza. Presente.
E os sorrisos surgem de uma injustiça dura e inalterável. É tão fácil largar as mãos, atirar o corpo e ir. Tão fácil.
Nem sempre a alma segura o corpo descontrolado, inclinado, prestes.
Continua em frases curtas a tristeza. Sempre simples.
E o presente é fiel enganador, quimérico, algo que acontece num sonho de que se acorda.
Não posso acreditar. Só pode ter sido um sonho.
É melhor... achar que foi tudo um sonho.

3 comentários:

euexisto disse...

sempre curtas. sempre afiadas. sempre letais.

Anónimo disse...

Afastámo-nos, e tenho pena. Mas vejo que continua a ser um planeta muito azul, muito belo e muito frágil. Não deixe de ser tudo isso, enquanto for possível.
Lembro-me bem de quando eu era assim também e tenho saudades de mim.
Aqui deixo um poema que lhe dediquei, no meu livro que não deve conhecer.
Um beijo
Ana Vidal

MARÉS CHEIAS
(À Maria Ana Ferro)

Ponham-me sonhos a correr nas veias
Deixem-me navegar em fantasia
E as vinte e quatro horas do meu dia
serão sublimes como marés cheias!
Quero palpitante tudo aquilo que toco
Quero o que existe para lá do espelho
E quero tingir de azul e ouro velho
as cores pardas dum mundo que não foco
Que eu feche os olhos e me leve o vento!
Que cada dia seja o meu primeiro!
Que eu saiba sempre fazer um veleiro
do banco de jardim onde me sento...

armandina maia disse...

Alguma coisa, em nós, se parte, ao ponto de dizermos para sempre? Não sabia, nem a incomodava a resposta. Sabia que os dias ensombrados se perfilavam como um muro intransponível, árvores cerradas como perfis humanos de silêncio.
armandina (in luz de presença)