É engraçado escrever sobre o que não se conhece.
Tentar entender a vida, as tais hipocrisias faladas em todas ou quase todas as notícias, compreender as injustiças, as esperas no Hospital, as injurias, os atropelos sociais. Enfim, a existência.
O porquê das coisas não tem resposta na maioria dos casos, e por isso se preenchem linhas e linhas de despejares raivosos e inquietantes. Em busca da resposta.
A mente humana quer respostas, quer razões.
E assim sobrevive o Homem. Afastando de si os seus próprios problemas, aquilo que o resigna, que o inquieta, que não o deixa dormir à noite, aquilo que atormenta a sua própria vida, as suas desilusões, os seus fracassos; tentando compreender o porquê das agressões no mundo para com os mais pobres, os desprotegidos, os fracos.
E um dia apercebe-se que se perdeu. Porque a força necessária para se compreender a própria vida é maior do que a que precisamos para gritar e chorar e lutar pela vida dos outros.
E os outros, os pobres, os desprotegidos, os coitadinhos, acabam sempre por ser cada um de nós, que distraídos, fingimos querer saber do mundo.
Hipócritas, porque passamos por nós e não nos vemos. Esquecendo-nos que fazemos parte dessa “gente”…