Porque não se vive sem amor...
Amar-me-às no Inverno
Na manhã fria
Na noite escura
Amar-me-às no inferno
Na mentira e na loucura
Amar-me-às no Verão
No calor da minha sede
Amar-me-às no ódio
No amor que ninguém pede
Amar-me-às no Outono
Nas folhas secas, no sol-posto
Amar-me-às durante o sono
Nas noites frescas
Que nunca gosto
Amar-me-às na primavera
Quando não choro
Quando não grito
Amar-me-às quando sincero
te digo
Que sem ti não vivo
Amar-me-às na seca de Abril
Amar-me-às inteiro
Quando vil
Amar-me-às à tardinha
Quando chorar pelo incerto
Amar-me-às de manhãzinha
Ao acordar sem ti por perto
Amar-me-às no medo
Na insegurança, na incerteza
Amar-me-às no segredo
Na lembrança da luz acesa
Amar-me-às na humidade de Agosto
Amar-me-às se caio
em meu desgosto
Durante o mês
Durante o ano
A cada minuto
Sem porquês
Sem enganos
De outro fruto
Amar-me-às sem que peça
Sem que implore
Sem que suplique
Amar-me-às sem pressa
Sem que chore
Sem que grite
Amar-me-às se por dentro
Estou desfeito
Estou ferido
Amar-me-às em cada momento
Em cada defeito
Se por ti eu vivo
Amar-me-às no calor de Dezembro
Amar-me-às se me esqueço
Se me lembro
Durante o mês
Durante o ano
A cada minuto
Sem porquês
Sem enganos
De outro fruto
Maria Ana Ferro
2 comentários:
e já dizia a Florbela (apesar de não apreciar muito) que nós queremos é amar, amar perdidamente... :)
*
que belo poema, embora tão imperativo. não conhecia a utora. pelas estações deve viver, no lado de baixo do equador. como eu.
um beijo daqui, do outro lado do mar.
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