Voltei as costas. Parecia-me impossível ficar ali. E hoje tudo me parece perpetuamente impossível. Até a imaginação que se amarra à vida.
Até a imaginação que se agarra à vida. Que se fila. Que se abotoa em mim.
De costas voltadas permiti alguns desvarios. As costas voltadas admitiram e admiraram essa loucura. Não via. Não se via.
Que ausência. Que sim. Que sorte. Que escuro. Que sorte…
Fui eu que quis. De frente para o caos, o caos parece maior. O caos parece desmedido. O caos aparece.
Virei-me de costas para a vida. E a vida, virou-me as costas.
Somos apoio e somos cliché. Somos socorro e somos chavão. Somos amparo e somos matriz.
A vida e eu. De costas voltadas.
3 comentários:
Numa visita breve, preenchida com gotas recém derramadas pela chuva da manhã...
Um abraço junto ao vento que passa e faz festa pelos meus castiçais.
Luna Guedes em visitas matinais
O que nos prende a algo que já não nos quer ou já não tem lugar para nós? O que somos e o que fomos pertence a realidades opostas e o confronto entre tais realidades por vezes coloca-nos de costas voltadas para o espelho...
De costas voltadas lá nos vamos amparando...
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