26 de setembro de 2007

ainda me servem as palavras de ontem

Sei o que quero. E sei o que posso.

As circunstâncias que me levaram até ao que sou hoje nunca seriam suficientemente interessantes. Interessa-me o que posso ser. Interessa-me o que sou. Interessa-me o pensamento, o sentimento, o espírito.

Interessam-me com fascínio estranho os obstáculos, desafios, buracos que obrigam ao salto, descidas rápidas, mas mantenho um pé na prudência, no juízo.

O percurso das vidas transforma-se em igual. Interessa quando se pára, analisa, pesquisa, quando se é diferente sem se tentar ser diferente, original, único, inédito nas acções, nas ideias, nas palavras.

Qual é o meu retrato? Como me desenho? Procuro sem ansiedade ou desassossego mas anseio pelo próximo passo.

E o que me move é e será sempre o pensamento, a ideia. Descobri-los.

Não o pensamento inteligente, o pensamento lateral, criativo, perspicaz ou criador.

Nem é o pensamento da vida, sobre a vida, pela vida no seu aspecto mais amplo ou transcendente. Ou o pensamento filosofal, exagerado, circunscrito às ideias e ampliado ao universo.

Mas o pensamento sobre as coisas, sobre as pessoas, sobre os objectos e as imagens. Um pensamento tão simples que é o de todos os dias e talvez o de todas as pessoas mas que de vez em quando se transforma na ideia brilhante, no texto exemplar ou simplesmente no que procuro ser. De vez em quando.

E este é o meu retrato.

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