9 de outubro de 2007

Luísinha

Um dia não pudeste estar lá.
E no meio da solidão que não criaste, chegou alguém,
outra pessoa que não te substituiu
mas que te revezou
E ainda hoje choro por ter sentido essa falta
preenchida
Sem nunca te superar
completou-te.
Ainda hoje me pesa a consciência
por a ter sentido como minha mãe.
Hoje choro porque essa mãe morreu.
Já longe de mim, longe da falta
longe da carência
Morreu.
E se me lembrar do princípio de mim
lembro-me dela.
Penteou-me o cabelo,
falou-me dos rapazes,
apontou-me o caminho,
acreditou em mim.
Ensinou-me a crescer
e abriu o meu mundo.
Salvou-me do mundo.
Choro a morte de uma mãe
passageira.
Choro a morte de uma mãe
para sempre.


Para nunca me esquecer:

Caberão? Os anjinhos. Camaralho. Irish Coffee. O paredão e o penso. Jonas. After sun. Pesos nas mãos. Rolos de cabelo. Dia 1 de Março de 2007- a última vez que a vi. E tudo o resto.

4 comentários:

Luís Filipe C.T.Coutinho disse...

existem vazios que nunca serão preenchidos.

abraço

Anónimo disse...

Choro com as tuas palavras a mãe de uma irmã.
Os anjinhos, o penso no paredão. E os rolos.Os rolos.

Anónimo disse...

... e os anjinhos... e o filme... e os anjinhos...

Tiago

Maria Ana Ferro disse...
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