5 de novembro de 2007

no olhar de hoje

Todos os dias te vejo, todos os dias os nossos olhos se encontram. Às vezes preparamos o olhar, noutras ele surge. É conforme a hora.
Podes passar-me a água?
Amas-me?
Dormes comigo?
Todos os dias os nossos olhares se encontram.
Há vezes em que o dia começa diferente, em que o olhar começa ao amanhecer e nunca mais acaba.
Não quero adormecer…
O amor dos outros aumenta o nosso amor, a admiração pelos que se amam, faz-nos compreender o nosso amor. Desejamos o mesmo, queremos o mesmo, pedimos mais.
O dia acaba com o olhar que escolhemos de manhã.
Não feches os olhos nunca. Vamos ficar juntos para sempre.
E nesse olhar escolhido o para sempre nasce com sentido e guarda-se, reserva-se durante os olhares do copo de água e os outros olhares fugidios de rotinas que se acumulam.
Todos os dias os nossos olhares se encontram e há uma hora do dia em que só a memória os guarda.
Até amanhã. Dorme bem. Adoro-te.
E os olhos fechados sonham alto, deitam-se e esperam pelo novo olhar da manhã, de amanhã e de todas as manhãs.
Amo-te.
Dorme comigo.
Acorda e encontra o olhar que escolhemos.

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