26 de novembro de 2007

sobre os poetas

Sem mais nem menos pega na caneta e escreve uma coisa ou outra que sai até com graça. E numa visão quase ofensiva aquilo faz de facto sentido, ou faz sentido para alguns e chega mesmo a ganhar profundidade.
(podia ter sido eu a escrever aquilo se é aquilo que sinto)
Sem mais nem menos tem uma Moleskine e é lá que quando cabe escreve a sua vida, é lá que às vezes cabem alguns bocados do seu interior.
(que raiva, quem me dera conseguir ser assim)
Há folhas espalhadas na alma e também lá se escrevem umas coisas.
Chega às vezes o guardanapo de papel do café da manhã. Depois amachuca-se e guarda-se ora no bolso se tiver sido inofensivo, ora na dita Moleskine se parecer que está ali a vida.
Ao fim um tempo está tudo espalhado por aí. As palavras, as letras, aquilo que se sente para não dizer o sentimento.
Já não se consegue arrumar mais nada e ao mesmo tempo continua tudo à solta: a facilidade de escrever a anti-obra é demasiada e as palavras continuam a fazer todo o sentido.
Fácil escrever sem se ambicionar mais nada. Fácil demais desarrumar tudo e soltar a confusão.

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