30 de abril de 2008

como se nada fosse

É como andar debaixo de água
estar ali sem ar
como se um peso quisesse o nosso lá em baixo
a tocar na areia, em tangente
como se faltasse o sopro e a brisa
e o vento e a corrente
como se fosse fácil fechar os olhos
ficar. na areia.
tocar-lhe e ser também o pó
é como se fosse mais claro assim
largar as mãos
não querer mais
é como se fosse tudo logicamente inútil
selvagem ao ponto de ser em vão
escapar
E depois um rasgo de tudo
uma onda de memórias e histórias
e vida
e depois um pequeno futuro
e risos que ainda podem vir
e palavras
e os abraços…
…e depois tu.

1 comentário:

O Micróbio II disse...

Asfixiante no início mas... acaba bem! :-)