10 de fevereiro de 2012

gostava de dizer que te amo

amo-te. 
ouço poucos a dizerem-no por aí, a quem amam. 
amo-te. amo-te. amo-te. 
e coram os que dizem em público, os que ouvem em público. e os raros eu também te amo parecem um bocadinho mais felizes porque o dizem a torto e a direito a quem amam. 
que bom. 
sempre ouvi dizer, achava eu dos entendidos do amor, que não se deve dizer amo-te sem mais nem menos. concordo. deve dizer-se se é sentido. até aqui estamos entendidos. mas não dizer de todo? os pais não dizem aos filhos, os filhos não dizem aos pais, aos avós, aos namorados, aos amigos, aos maridos. somos educados assim e dizemos que gosto muito de ti e que te adoro mas não te amo na realidade. e às vezes está na ponta da língua para dizer a um irmão porque é isso que se sente quando se tem um bom irmão e não se diz porque o pai e a mãe disseram que só nos filmes e quiçá em inglês que parece menos mal. ou a um pai ou uma mãe quando fechamos os olhos e pensamos no que passaram para nos criar agora que temos filhos e vemos o que custa mas é melhor não dizer porque vai parecer estranho. 
e se é fácil dizer a alguns é difícil dizê-lo a outros... 
e guarda-se este amor enorme cá dentro. talvez preso para sempre. 

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