É como andar debaixo de água estar ali sem ar como se um peso quisesse o nosso lá em baixo a tocar na areia, em tangente como se faltasse o sopro e a brisa e o vento e a corrente como se fosse fácil fechar os olhos ficar. na areia. tocar-lhe e ser também o pó.
23 de maio de 2005
Anotações
É difícil escrevê-lo. Por mais que tente, componho o estalar de um silêncio, inerente, julgo, definitivo, o estalar de uma guerra que depressa desaba, capaz, um rosto contraído, o espanto, o vazio arrancado de forma apaixonada em cada coisa, que sofre profundamente, que se extingue e que não pertence; a salvação, sim, um novo ver que sucede o idílio. Ó voz que falha, cansada, que parece chorar, tangida do meu rosto, atravessa! A supérflua sedição interior contra a condição acaba por cair delicadamente e assim se escreve somente o próprio rosto, este, nada mais. Formar-se-á então uma unidade, tocante, tornar-nos-emos melhores, eu, porém, escolho agora a solidão e choro a salvação do nada, e o pouco que tudo isto é.
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2 comentários:
mas eu, porém, escolho agora a solidão e choro a salvação do nada, e o pouco que tudo isto é.
just like me.
beijos, do outro lado do mar.
Belíssimo...
É verdade que tantas vezes temos noção do poder da reunião, mas só nos revemos na e identificamos com a unidade singular, o conjunto de um único elemento, o isolamento.
Beijos e obrigada pelos teus textos tão relevantes.
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