É como andar debaixo de água estar ali sem ar como se um peso quisesse o nosso lá em baixo a tocar na areia, em tangente como se faltasse o sopro e a brisa e o vento e a corrente como se fosse fácil fechar os olhos ficar. na areia. tocar-lhe e ser também o pó.
27 de junho de 2005
Eu, a experiência em mim
Deixa-me chorar e ser fraca, gritar porque sim, perder-me em mim. Deixa-me cansar-me com os meus movimentos, com os meus passos, correrias, e caminhos sem fim. Deixa-me viver na inocência de quem sonha, de quem acredita, de quem espera, de quem quer mais e mais. Deixa-me ser criança hoje, deixa-me dormir um pouco em mim. Rir sem porquê. Cantar sem ter voz. Correr em espaços fechados. Saltar em tectos baixos. Deixa-me divagar, esquecer, relembrar, vaguear, perder-me, errar, sentir as feridas. Deixa-me ser a gente comum, sem pensar, calcular. Deixa-me ser eu, só eu. Às vezes nada que quer simplesmente ser nada… Calada, silenciosa, muda, desequilibrada, extravagante, demente, histérica. Deixa-me ser tudo o que posso ser, criança adulta, mulher, filha, neta. Ser o que posso e o que não devo, amar desesperadamente, desprezar, querer o irrealizável, viver na utopia porque tenho esse direito, porque vivo uma vez, sem tempo para perder os enganos e as decepções e as alegrias previstas e arrebatadoras. Deixa-me crescer e viver porque sou em mim a experiência e a vida que quero ter.
Publicada por
Maria Ana Ferro
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4 comentários:
Nada mais preenchedor do que a liberdade do mergulho em nós mesmos, sem estarmos encarcerados nos olhares dos outros
o grito "silencioso" é uma experiência em nós...
simplesmente... lindo...
devemos lutar por aquilo em que acreditamos..devemos ser o que queremos e demonstrar que é ixo que nós keremos..nunka desistir e lutar para xegarmos ao fim satisfeitos do que fomos e do que fizemos..beijo
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