13 de junho de 2005

Para: Eugénio

Adeus.
Fechaste a porta que nunca te abri e foste, para sempre. Em mim só até amanhã. Conheci-te por dentro, no momento, conheci o que foste na minha alma. Não choro a tua viagem, choro só a estranha inveja sem maldade, que provocas por seres mais. Foste mais. Choraste palavras, gritaste os beijos e falaste das ruas, mudaste os ventos, aceitaste pessoas, decidiste sentimentos. Foste mais.
Nunca meu, de todos. Ou dos que a sorte visitou.
Agora és letras em papel, e sentimento em nós.

Frente a frente

Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.

Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!

Eugénio de Andrade

3 comentários:

hfm disse...

Bela homenagem!

Francisco Coimbra disse...

Gostei do "adeus", a emoção deve ter tradução em simplicidade. Agradecendo visita e podendo retribuir com prazer: Parabéns pelo blog!

Luís Filipe C.T.Coutinho disse...

Fica um adeus em forma de palavra escrita.

abraço