20 de outubro de 2006

aqui

Nem sei por onde começar.
O espaço é pouco, o tempo agiganta-se. Falta o ar.
Torna-se impossível o momento e tudo se vive a pensar no a seguir, como será a seguir. Como será amanhã. Por onde começar? Não sei por onde começar.
O tempo é pouco. O espaço agiganta-se. Há demasiado ar. Não respiro com tanto ar.
Estou presa numa imensidão absurda. Presa e imensamente livre.
Tem de ser o silêncio e tem de ser o esconderijo. Tem de ser a mudez dos sentimentos. Tem de ser tudo e não pode ser nada. Não há sítio para a consciência nem para a verdade. Vive-se melhor na falsidade.
Que fraude. Que fraude.
Não sei por onde começar.
O espaço é pouco. O tempo é curto. Falta o ar.

2 comentários:

celso serra disse...

o tempo e o espaço as eternas medidas da limitação.Tudo fica curto ou mto longo.

Garcia disse...

Gostei muito...