15 de novembro de 2006

migalhas

Num meio silêncio
Num quase escuro
em quase inverno
quase chegaste
e perto me viste.
Quase te chamei
em meio tom
e quase ouviste
Por quase nada
pouco esperei
por metade de ti.
Por quase tudo
quase vieste
Por muito pouco
não me amaste
Por menos de nada
inteiro partiste.

3 comentários:

armandina maia disse...

Belíssimo texto, perto da essencia e com uma simetria que o torna ainda mais próximo da perfeição possível, se tal nos pode ser pedido.
armandina

Anónimo disse...

genial! lindo!

Rita Silva Freire disse...

Prendi-me e perdi-me nas tuas palavras. Só agora entrei no mundo dos blogues. Vim aqui dar por mero acaso. Preferi os livros, o cheiro do papel. Raramento leio em ecrã. Esta foi uma dessas raridades. Parabéns.
Num país de poetas, a poesia está-se a perder. Ainda bem que há novas vozes. Divulga mais, aposta no jornalismo. Todos deviam ouvir e ler essas novas palavras.
migalhas é o meu preferido dos que li. Tem uma musicalidade enorme, muito bem construído.
Keep going!