24 de maio de 2007

agora a poesia feliz

Tenho estado longe. Mais do que deveria e as razões por estar mais longe é por me sentir mais perto, mais próxima.
A escrita tem sido um amparo e negligencio-a quando não necessito desse amparo, desse ombro, como o fiz outra vez, desta vez.
Prometo regressar por outras razões que não tristeza e escrever segurando-me à felicidade, aprender a cantar as palavras em vez de as chorar.
Prometo encontrar a poesia feliz.

«Alegria brutal e primitiva de estar viva, feliz ou infeliz mas bem presa à raiz!»
Fernanda de Castro

2 comentários:

Rodrigo Anciães Ferreira disse...

Hoje

É um dia bom para começar
A recuperar os sonhos adiados;
De olhar o sol - enquanto há
De entreter a vista pelas folhas
Que se despem eroticamente das árvores que restam;
De gritar o renascer da vida e da Primavera -
Ainda não absorvida pela globalização;
De saborear o Verão, o mar, a praia -
Se isto já não fizer parte de um condomínio fechado;
Chegar ao Outono na sua paleta de cores irrepetíveis -
Se ainda houver pintores de domingo,
E,
Finalmente,
Alcançar o Inverno Nos buracos de paz que nos restam
E ler a mensagem - em pergaminho e taxa paga
"É chegada a hora de viver o que nos resta"

Anselmo Ferreira

enviado por Rodrigo Anciães Ferreira (o neto)

Gostei do seu blog. Continue

Davi Reis disse...

Também gostava de conhecer a poesia feliz e de eventualmente fazê-la. Mas creio que a poesia feliz se revela, à moda aristotélica, mais em actos do que em palavras; mais em horas vividas do que em horas escondidas. Procurarei estar atento à nova sombra de um segundo sol.