16 de julho de 2007

Saramago - incapaz de amar Portugal

Às custas da língua portuguesa ganhou um prémio Nobel em 1998. Só em Portugal ganhou pelo menos 9 prémios, incluindo o Prémio Cidade de Lisboa e o Prémio Camões, considerado o maior galardão literário dedicado à Literatura em Língua Portuguesa.

Ateu, membro do partido comunista e ex-director do Diário de Notícias são alguns dos chavões mais utlizados para o descrever.
Nada disso interessa. Casou com uma espanhola - facto também pouco importante, e foi viver para as Canárias - ainda menos importante.

A verdade é que o Nobel português (como gostam de o apelidar) é cada vez menos português e nem sequer sabe o que é ser-se português.
Aliás, Saramago revela: "Não sou Profeta mas Portugal acabará por integrar-se na Espanha".

Saramago discutiu com a política e "meteu as culpas" em Portugal. Numa entrevista para alguns polémica, para outros perfeitamente esperada, Saramago atreveu-se a dizer ao Diário de Notícias que "o país não me fez mal algum, não confundamos, nem há nenhuma reconciliação porque não houve nenhum corte. O que aconteceu foi com um governo de um partido que já não é governo, com um senhor chamado Sousa Lara e outro de nome Santana Lopes."

Guerras partidárias, lutas de poder, bichos que lutam pelo território. Está tudo muito bem.
É-me no entanto impossível admitir, ou aceitar, porque não tenho poder para não admitir, que um homem que escolheu outro país para viver e que só vem a Portugal receber prémios, opine, nos meta a um canto, nos ridicularize e nos reorganize como país, separando-nos do que somos.

Vejo Portugal com inúmeros defeitos, questões mal resolvidas, injustiças e é verdade que Espanha nos ultrapassa na maioria dos casos em larga escala.
Seria no entanto, tão mais integro e até mais corajoso encontrar formas de elevar Portugal.
É mais complicado, naturalmente. Felizmente, não vamos todos pelo caminho mais fácil.

«uma nação que habitualmente pense mal de si mesma acabará por merecer o conceito de si que anteformou. Envenena-se mentalmente. O primeiro passo para uma regeneração, económica ou outra, de Portugal, é criarmos um estado de espírito de confiança – mais, de certeza, nessa regeneração.»
António Quadros citando Fernando Pessoa

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