11 de setembro de 2007

é só um vento

Hoje vi-me ali. As palavras começam sempre assim depois de interrompidas por ventos. Hoje vi-me ali. Hoje vi-me ali. E mais um vento, mais um vento, mais um vento.
Parecia loucura repetir as palavras, bater o pé e ser mais forte que o vento.
Dava vontade de rir este pensamento e nada do que me competia cabia ali. Não deixava de ter graça a contradição.
Não estou a perceber nada. Era o que pensava ao mesmo tempo que do outro lado haviam os outros pensamentos mais para trás. Mais valia não pensar nem querer saber, por mais supérfluo que fosse.
Continuo aqui. Que remédio, continuo aqui. Como se nada fosse, como se eu não fosse nada porque não quero e é mais fácil.
Debaixo de mim estou eu.
Devia levantar o meu peso, pois devia.
Hoje não me vi, como já o disse.
Ai, que mentira sem fim. Não me importo de fingir aos bocados, ao fim do dia tenho aquele miolo meu, a parte boa, verídica.
Agora afinal, tenho-me aos bocados porque numa determinada altura tudo se mistura...
Continua a ter graça, continua a ser o vento, continuo a ver-me e a deixar de me ver. Ali.

Prometo-me um fim.
(...)

1 comentário:

Anónimo disse...

Sinto-me assim quando vejo o mar...Perdido no tempo, na existência, no meu ser...viajo. O que quero, o que não quero, o que fui, sou e serei...Viajo e às vezes não me apetece voltar, porque tudo parece tão mais simples, tão mais fácil, tão mais...puro. Mas o que seria do nosso ser se vivesse apenas num mundo de sonho? Saberia ser feliz se não soubesse o que é a tristeza? Saberia sorrir se não soubesse o que é chorar? Saberia amar se não soubesse o que é sofrer? ;)
Viver...que bom que é viver.

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