20 de setembro de 2007

sempre

Passou um tempo e outro tempo aí vem.
Começo a falar sem cuidado e espero as palavras com a mesma ansiedade com que as digo, com a mesma surpresa. Apesar disso, nunca me surpreendo.
Repito as introduções para marcar quem sou e o que aí vem e repito as conclusões para fincar as palavras inconsistentes. São leves essas palavras.
Depois misturo tudo. E no fim, interessa tão pouco.
Há a saudade que tem outro significado, há o amor que custa a uns falar, há uma cumplicidade e uma sintonia que as palavras não compreendem.
E na saudade deita-se uma ausência obrigatória que explica tudo. Não posso viver sem ti, não sei viver sem ti.
Afirmações incoerentes, ilógicas e irracionais. Emocionais.
E quando há um longe no amor há uma tristeza. Porque é que tinhas que ir? Não me deixes aqui...
E depois o regresso. Felizmente há um regresso.
Eu espero por ti.

4 comentários:

Anónimo disse...

Será que há um ir? um deixar?
Não seremos nós, no amor, maiores que nós próprios?
Não será o lugar que se habita no outro é maior que o tempo, maior que o espaço?
Se assim for, nunca fui, nunca hei-de ir. Não há regressos porque não há partidas.
E as saudades existem porque alimentam o drama próprio de amar.

Era bom que fosse assim, que a poesia por sentida se transformasse em realidade.
Mas a verdade persegue-nos.
Vou, mas volto, como sempre. para onde me sinto bem, para onde sinto mais de mim, porque em ti é onde a melhor parte de mim vive. o resto sobrevive.

Anónimo disse...

"Love comes when manipulation stops, when you think more about the other person than about his or her reactions to you. When you dare to reveal yourself fully. When you dare to be vulnerable." J. Brothers

P2M

Anónimo disse...

Por vezes o mundo pára e olha para nós...mas só por um breve momento. "São tantos, e todos querem o mesmo...Será que consigo? E depois? Sobra tempo para mim?". O "mundo" não tem estas interrogações, não pensa sequer em si ou naquilo que terá em troca...O "mundo" dá incondicionalmente tudo o que pode, a todos, e nós queremos mais e mais e mais..."Enough is not enough", nunca foi nem nunca será. O que recebe em troca? Nada que o torne mais "feliz" ou mais "belo", bem pelo contrário. Mas não é por isso que pára de dar. Claro que existe sempre o ciúme, afinal quebramos o seu escudo e visitamos outros..."mundos"...mas voltamos. Ou tentamos voltar, e se o conseguirmos fazer ele recebe-nos sempre de volta. Claro que há sempre aquele calor abrasador na reentrada, mas isso é natural, o ciúme saudável é natural e uma prova de amor...Mas será que mereciamos ser "reaceites" depois de sairmos para explorar outas alternativas para o inevitável dia em que este "mundo" não conseguirá dar mais de si próprio e sucumbirá aos nossos pés por tudo aquilo que recebemos e não demos?? O "mundo" não pensa isso, limita-se a seguir incondicionalmente aquilo que acredita e sente dentro de si como sendo certo...
No entanto nem ele próprio se deixa enganar. Roda em torno de si próprio e por vezes trata de corrigir e punir determinados exageros numa demonstração sem igual de "personalidade"...e de uma beleza cínica.
Espantoso como a natureza nos explica tudo, até mesmo a amar...

P2M

Maria Ana Ferro disse...

Caro P2M, não podia deixar de responder ao seu comentário. Parece-me que não compreendeu as minhas palavras e se compreendeu comentou com base na sua experiência, que compreendo, mas desta maneira e respondendo-lhe, ressalvo-me ou defendo-me mais uma vez com as minhas palavras.
A verdade é que falo de um regresso, de uma ausência que existiu e que passou.
Fala muito em manipulação e ciúme e uma espécie de guerra que não faz parte do que escrevo inicialmente, mas sim uma simples saudade, saudável, boa. Um partir que regressa.
Não quero de maneira nenhuma restringir este blog e tem o pleno direito de se manifestar e até desabafar. Talvez eu é que não o tenha compreendido.
Muito obrigada pelos seus comentários, Maria Ana