3 de outubro de 2007

ainda aí estás...

Vem cá meu amor. Deita-te aqui. Mesmo com a raiva que aí está e mesmo com os olhos cerrados que escondem esse choro. Deita-te aqui e esquece o que nunca foi.
Não saias assim, sem as mãos que te dei. Ao menos leva-as e leva mais coisas.
Não quero. Não quero sequer pensar que depois já não vai ser como o agora ou como o antes porque eu te vou deixar.
Não me deito e não quero as tuas mãos. Houve um dia em que pensei se me fosse embora por ti... o que seria do meu futuro e o da minha alma e da memória. Como poderia recuperar a memória se a minha memória és tu? Como poderia deixar-me levar no tempo e esperar que ele aqui ficasse, dentro de mim, sempre, mesmo contigo longe.
Vou viver num vazio. Não me importa. Não me importo se desaparecer o rasto e se ficar nada. Não me importo se atrás de mim vier um caminho de branco.
Nunca te magoei.
A verdade é distinta. Como a vejo não é como a sentes. Na tua verdade não houve dor, nem mágoa, nem espera. Na minha verdade posso imaginar o tempo como quero.
Injusto.
Injusta é a falta. A ausência. A inexistência e o poder de deixar ficar tudo como está.
Ainda te amo.
Não! Não! Não!
Acorda meu amor...

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