Qual sexo? Qual cidade? Dois.

À partida a receita é logo boa.
Pegamos em 4 amigas de longa data com quem já brincámos algumas vezes ao Quem é Quem?, levamos a nossa vida pessoal e comparamo-la, rimo-nos e aprendemos uma coisa ou outra.
Depois, vem a desilusão.
As amigas continuam lá e vale pela repetição da experiência, “ir outra vez com elas”, tem que ser porque também nós fomos criando um culto próprio, nosso.
Mas o filme... Nem ai, nem ui.
É claro que à partida não se vai com expectativas de Toronto, mais levam-se claramente expectativas de Manhattan.
A essência que dava vida a esta série, Nova Iorque, tem um papel altamente minoritário, as personagens, como a vida obriga, envelheceram, estão estranhas; a mensagem é altamente fútil e sem carga absolutamente alguma. Há personagens esquecidas como a advogada que podia nem ter entrado.
Os diálogos não evoluíram e não se soube fazer interagir as personagens como na vida real acontece. Não se vê intimidade.
A inclusão de celebridades é também estranha e tem cara de último recurso para dar qualidade “à coisa”.
A constante crítica ou desafio aos costumes de Abu Dhabi é cansativa e pisa vezes sem conta na mesma tecla.
O filme é essencialmente um desfile de marcas e de autores de livros que agradeceram com certeza a promoção.
Vale pela graça promiscua da Relações Públicas e pouco mais. O cenário é tão forçado como o enredo e a representação é francamente má.
Se não fosse pelas minhas três Carrie, Charlotte e Samantha (porque ninguém quer ser a Miranda), o filme teria sido um total arrependimento só compensado com maratonas de séries das primeiras temporadas.
Tive pena.