6 de outubro de 2011

injusto é.


Ao longo da vida, passamos por inúmeras injustiças. 
É injusto ser multado quando foram só 5 minutos, é injusto pagar acertos de contas logo agora que veio o subsídio de férias, é injusto não receber aumento porque o ano é de crise.
Mas há coisas, parece-me, que são demais. 
Nunca gostei de ser invejosa, mas olhar para o lado, neste caso, é no mínimo inevitável. 
Prevenar é uma vacina que não faz parte do Programa Nacional de Saúde e que torna as crianças imunes a infecções perigosas como a Hepatite B, Meningite, Difeteria, Tétano, Rubéola, Tosse Convulsa e outras maravilhas que por aí circulam. 
Cabe aos pediatras recomendar, coisa que a maioria faz provavelmente porque tal como os pais pensam que mais mais vale prevenir. 
Enfim, são necessárias 3 doses, cada uma a custar a módica quantia de 70€.
Depois, temos a outra vacina recomendada (pelos pediatras). Chama-se Rotavirús e protege contra a gastroentrite, caganeiras (excuse my french), vómitos, náuseas e amigos, que, diga-se de passagem, são coisas muito pouco agradáveis. Também são precisas 3 doses ao preço de 50 e poucos euros. 
Fazendo as contas, vamos em 360€. Assim, do pé para a mão. 
Até aqui tudo mais ou menos bem porque vozes poderão dizer que "só dá quem quer" e que se não é obrigatório, então não se queixem. 


Mas no nosso colo está um bebé de dois meses que se espirra ou tosse ou se engasga o nosso coração para. Está a possibilidade de surgirem doenças que matam, que causam mossa, que podem de facto ser perigosas e existe, muito mais importante que tudo, o instinto natural de protecção dos nossos filhos.
Para não falar da ida aos médicos, de não ir trabalhar, de chatear tudo e todos à nossa volta porque "o menino está doente".
A Sociedade Portuguesa de Pediatria pediu formalmente ao Ministério da Saúde que fosse considerada a comparticipação da vacina para o rotavírus mas por não ser uma questão emergente (concordo) ainda está em águas de bacalhau. 
A verdade é que depois da constipação, são gastroentrites e outras chatices do género que levam mais pais aos hospitais.  
Não querendo olhar para o lado, lá está, ser invejosa (Deus me perdoe), vejo o Estado e o Ministério da Saúde a comparticipar "coisas" muito mais estranhas. 
Para mim, das duas uma: ou o estado passa a comparticipar estas vacinas ou em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Pediatria e outras entidades que me parece saberem do assunto, chegam à conclusão que os pediatras não devem recomendar a administração destas vacinas.
É inqualificável deixar os pais de mãos atadas com a decisão de vacinar ou não vacinar os seus filhos. Pais que (lá vem a crise outra vez) pura e simplesmente não têm capacidade para comportar este tipo de "luxos". Que ao mais pequeno sinal de alguma destas doenças se sentem menos pais, menos protectores e isso é nada mais nada menos do que injusto.

Notícia de Março de 2010






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