9 de dezembro de 2003

Sem Sentido- O Insensível

O Insensível percorria sozinho os seus caminhos, sem olhar para trás; sem procurar à sua frente. Único num rumo que conhecia bem, que acertava e destemia.
Jamais se perdia e à sua frente só as certezas e a determinação faziam sentido. O Insensível era destinado ao sucesso e à solidão.
Desconhecia os medos dos outros e não queria saber…
Era singular e exclusivo e queria saber só de si.
O Insensível raramente sofria, sorria, se desiludia ou se espantava. A vida era o que era, sem frustrações, sem altos nem baixos, sem amarguras ou alegrias.
Chove porque tem de chover, o sol aparece porque sim, as pessoas morrem porque tem de ser.
Mais do que descrente, imperturbável, firme, ou inflexível, o Insensível era indiferente. E a vida era-lhe neutra, apática. Vivia imperturbável na sua pseudo sabedoria, nas suas inúmeras certezas e nos seus preconceitos que considerava mais do que teorias ou convicções, mas maneiras de estar na vida.
O Insensível era feliz…