O Contestatário esquecia todo o conceito de vida pois viver era reivindicar, exigir, reaver, reclamar.
Aliás, para ele, essa era a verdadeira imagem que a vida adoptava aos seus olhos, a cópia de gritos que exigiam, de cartazes que obrigavam, e o seu estar caminhava como uma manifestação.
Dava-lhe gozo, satisfação, contento, prazer.
O Contestatário obtinha sempre com luta, ou achava que sim, aquilo de que se compunha a sua vida.
O tempo, a política, a História, a Morte, a Vida, o Amor. Nada lhe era dado, pois na sua cabeça tudo merecia um sangrento duelo.
O Contestatário encontrava dentro de si razões diárias para resistir, contradizer, contrariar, refutar, combater. Razões diárias para se opor. A tudo e todos…
O Contestatário era feliz…