22 de janeiro de 2005

Recuo

Quantas vezes me sinto com a coragem suficiente para me sentar e escrever tudo. De deixar o meu pensamento devanear livremente; com todo o nervo, com a força do desejo de fugir ao apoio que delimita, que sufoca, o desejo de o escrever, de o escrever na sua complexa, genuína, ilegibilidade. Mas aqui chego, trazendo-o comigo, materializando-o, restringindo-o às limitações semânticas que a escrita carrega... O pensamento jamais será livre no papel, será mera digressão adulterada; mais que um impedimento, é um cerco, na vil intenção de ser explicado.

4 comentários:

Marta disse...

Vamos ensaiando palavras na tentativa de traduzir o pensamento, muitas vezes, sim, inutilmente. Beijo

Luisa Paula disse...

Por vezes sinto que as palavras não chegam para libertar o que existe dentro de nós.

Beijos

augustoM disse...

Não há palavras suficientes, nem escrita perfeita, que sejam suficientes para ilustramos o pensamento e as emoções.
Um abraço. Augsuto

ana.in.the.moon disse...

Eterna tentativa e erro. Espiral sempre em construção, como a vida. Se algum dia se fechar... estará morta?