3 de setembro de 2007

És enorme figueira
e rompes por onde passas,
esgotas a terra
anulas os teus.
Roubas caminhos
que não te pertencem
como se te faltasse
aquele choro
e o procurasses
por baixo,
rasteiro,
silencioso,
apagado.
E procuras os beijos
na água
e no sangue.
E viste o fogo
que deixou
a memória eterna,
os primos
e outra vez os beijos
e as cartas,
o segredo
e o medo.
Deixaste trilhar em ti
o Amor
de um colo de graça
e de uma morte vingada.
E beijas a mão
de quem ama e passa.
E por mais mil anos
e outros mil
cairão por ti
outras dores
enamoradas, que só tu vês
e tocar-te-ão outros amores
cheios de graça.
Outro Pedro
e outra Inês.

Sem comentários: