29 de janeiro de 2004

Nesse momento...

Nessa sala que ontem conhecias de cór e que agora estranhas e temes... espreitam esses movéis que contam mil histórias num desabafo sufocante, essas paredes altas e esguias que te confortam e aquecem, esses quadros que explodem num agoniante e surdo grito de quem perdeu o que não chegou a possuír...

E essa música embriagante que te possui e comanda, que te consome cada bolsa de razão... e que queima como brasas flamejantes... penetrantes.

Nesse momento em que a agoniante e amarga tristeza se funde com o quente e luminoso sorriso, alquimía colorida... explosão de sensações...! e o céu uma amálgama de côres e solidão.

Nesse momento em que a dôr é prazerosa, e o prazer...febril e penoso...

Nesse momento onde sofres e sangras, onde ris e cais...choras tudo aquilo que nunca foste e celebras tudo aquilo que és... Perdes...Sais...Encontras...Desabafas...Suspiras... Vôas !!

Nesse momento onde, saturado, soltas um grito agudo e profundo e , de longas e pesadas lágrimas nos olhos, descobres a côr interna, viva... e sorris.

Abráças-te a ti mesmo...


Nesse momento,
esse momento...
és tu !!

28 de janeiro de 2004

Miklos Fehér

Nome: Miklos "Miki" Fehér.
Data de Nascimento: 20 de Julho de 1979 (24 anos).
Naturalidade: Gyor (Hungria).
Percurso: Gyori Eto (1995/96 a 97/98), FC Porto (1998/99 a 1999/2000), Salgueiros (1999/2000, emprestado pelo FC Porto), Sporting de Braga (2000/2001, emprestado pelo FC Porto) e Benfica (2002/2003 e 2003/2004).
Internacionalizações "AA" pela Hungria: 18 (três golos).
Palmarés: Campeão nacional (1998/99) e vencedor da Supertaça Cândido de Oliveira (1998/99).





Tinha 24 anos, e morreu. E a vida, de repente, ganha um novo sentido, ou um sentido diferente. O que nunca importou, importa mais, e o importante não vale nada. E que medo se ganha de se deixar passar, e a vontade repentina de reparar mais, de gostar mais, de amar mais, de fazer mais. Que medo de perder o que nunca se teve, que medo tão grande! Que terror de não termos tempo!
Temos cinco minutos para viver...

22 de janeiro de 2004

Pensamentos

" A ociosidade é o início de toda a
Psicologia "


F. Nietzche

19 de janeiro de 2004

Sem Sentido - O Pseudónimo

O Pseudónimo não tinha entidade, identidade, não sabia quem era ou era muito. Era todos e nenhum. Perdia-se em si mesmo como quem se perde à procura de uma rua, e indagava por si como quem devassa uma alma que não a sua.
O Pseudónimo era desmedido ao que podia aguentar, e não tinha forças para ser só ele, individual, único, exclusivo, singular.
Criava outros dentro de si, exaustivamente, incessantemente, incansavelmente. E a sua mente… tantas outras abrigava, e custava-lhe ser só ele, porque só ele era de menos, era demais!
O Pseudónimo buscava dentro de si e dos outros que criara, resposta que uma só pessoa e personalidade não lhe podiam dar. Procurava soluções, trocos do seu total, desfechos e desenlaces.
O Pseudónimo era feliz…

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10 de janeiro de 2004

Sem Sentido - O Contestatário

O Contestatário esquecia todo o conceito de vida pois viver era reivindicar, exigir, reaver, reclamar.
Aliás, para ele, essa era a verdadeira imagem que a vida adoptava aos seus olhos, a cópia de gritos que exigiam, de cartazes que obrigavam, e o seu estar caminhava como uma manifestação.
Dava-lhe gozo, satisfação, contento, prazer.
O Contestatário obtinha sempre com luta, ou achava que sim, aquilo de que se compunha a sua vida.
O tempo, a política, a História, a Morte, a Vida, o Amor. Nada lhe era dado, pois na sua cabeça tudo merecia um sangrento duelo.
O Contestatário encontrava dentro de si razões diárias para resistir, contradizer, contrariar, refutar, combater. Razões diárias para se opor. A tudo e todos…
O Contestatário era feliz…

8 de janeiro de 2004

Tradição é Tradição !!

A propósito da mirabulante reportagem da sic, segundo a qual no Dia Dos Reis numa qualquer aldeia nortenha (n apanhei o nome) é tradição todos os habitantes fumarem.

Pois bem, o cenário é o seguinte... Os adultos de cigarro em punho, vão regando o espí­rito com tintol da localidade enquanto dançam animada e vigorosamente a tradicional coreografia em homenagem a tão célebre ocasião na praça principal da aldeia.

As crianças vão imitando os adultos e reúnem-se também elas a fumar (por mais tenra idade que tenham) enquanto são alvo dos olhares ternos das respectivas mães que consentem orgulhosas.

Pergunta do jornalista de serviço a uma das mães : - " Então e não acha que isso lhe faz mal ? "- apontando para a criança que esta tinha ao colo e que habilmente manejava um cigarro e absorvia o seu fumo sôfregamente (não tinha mais de 5 anos)- resposta da zelosa progenitora num tom quase de indignação: - " Não !!! Então é só um dia.... ele não ganha o ví­cio.... ora, é tradição !! ".
De seguida, imagens do grupo de crianças, todas de cigarro na mão, que ostentam com fasíc­nio... e uma enfezadita menina com os seus 7 anos vai confessando que já fumou um maço inteiro e até lhe dói a cabeça, enquanto a mãe com uma cumplicidade delirante exclama : - " Ahh !! ... a malandra !! "

Pois bem caros concidadãos nortenhos.... se um dos malefícios do tabaco é o progressivo deterioramento das células cerebrais e sua posterior morte, desse mal não correm vocês perigo já que é impossí­vel matar o que nunca viveu...

Ele há com cada um....... !!