Entrei pelo o único espaço possível. Só havia uma porta. E era aquela.
Todos os sons e as cores e os cheiros me apontavam aquele curso e eu segui-o, reticente, hesitante.
As placas indicavam perigo e apesar de o reconhecer, censurei, ignorei, e entrei por aquela porta, intuitivamente.
A luz oferecia-me a mais apetecível alucinação, a mais tentadora transgressão e o pecado foi fácil…
Pequei, pequei, pequei. E o delito foi inculpável e o castigo tão estupidamente exacto. Paguei por entrar naquele espaço que nunca me pertenceu, que roubei por momentos e invadi como se me correspondesse. E já nada me pertencia. A sinestesia encontrada nunca foi minha. Eram cheiros de outros e gritos e sorrisos de outros, e toques de outros, e olhares alheios. E o que vi nunca foi meu…
7 comentários:
Muitas vezes,há portas que parecem servir-nos de cana de pesca há procura de caminhos que criamos nos sonhos. Umas vezes conseguimos um peixe grande, outras vezes atiram-nos com restos de lixo que vivem no fundo mais fundo do mar, e vêm parar a nós ao acaso.
Porém, é sempre bom lançarmos a porta à aventura, sentir a sinestesia das cores a entranhar-se no nosso espaço. Por vezes há sinestesias boas que podemos agarrar.
E essas sim, valem a pena. ;)
Um beijo*
(gosto -tanto- do teu blog...)
A consciência é poderosa .
Não me parece que te falte :)
Gostei de te ler!
O pecado..primeiro o desafio, a sedução...depois o remorso, a dor...entendo-te bem demais... jinho, BShell
E nunca te viste a perguntar a ti próprio como pecar melhor na próxima vez?
Por vezes sabe bem quebrar as regras,quer seja pecado ou não.
Por vezes sabe bem quebrar as regras,quer seja pecado ou não.
Por vezes sabe bem quebrar as regras,quer seja pecado ou não.
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