9 de maio de 2005

...como saudade

o passeio calado deambula sem corpo. Comigo, as almas sós. O espaço não pertence a ninguém, retirara-se outrora para agora permanecer sozinho no tempo que é inteiramente intransitivo;
a solidão, as últimas duas linhas de um poema, o pôr-do-sol para uns, a lua para outros, uma linha que se escreve ou um texto que se saboreia devagar, o ser profundo de alguém, o pensamento e a compreensão, a existência e a sua angústia, a consideração do Absoluto, os limites da razão, a plenitude e a transfiguração do homem. A interioridade que ávida chora, que suspensa escreve, que sozinha se demora… Como tudo faz a imanência insuportável e o horror do outro claro, e o passeio calado triste…como saudade.