13 de agosto de 2007

A pouco e pôco - ortografia unificada

Nunca fui contra globalizações, adaptação de estrangeirismos, aproximação linguística dos povos e das línguas, mas isto parece-me demais.

A língua portuguesa, é das línguas mais ricas do mundo e corre o risco de se aproximar daquelas, que a meu ver se perderam e se confundiram com as palavras ditas.

A partir de janeiro de 2008, os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa terão a ortografia unificada.

O que vai mudar em 2008

- As paroxítonas terminadas em "o" duplo não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", teremos que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo".

- Mudam-se as normas para o uso do hífen -
Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do Presente do Indicativo ou do Subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem", "leem" e "veem".

- Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do Pretérito Perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos".

(...)

- O alfabeto deixa de ter 23 para ter 26 letras, com a incorporação de "k", "w" e "y".

-
O acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição).

- Haverá
eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia". O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia.

-
Em Portugal, desaparecem da língua escrita o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como em "acção", "acto", "adopção" e "baptismo". O certo será ação, ato, adoção e batismo.

- Também em Portugal,
elimina-se o "h" inicial de algumas palavras, como em "húmido", que passará a ser grafado como no Brasil: "úmido".

Portugal mantém o acento agudo no "e" e no "o" tónicos que antecedem m ou n, enquanto que o Brasil continua a usar circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno, bónus/bônus.

Fonte: Agência Lusa


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1 comentário:

Davi Reis disse...

Isto é inadmissível. Continuarei a escrever a HERÓICA palavra lusitana, num ACTO de revolta assumido face à pretensa ADOPÇÃO desta uniformidade deformada. Como se distinguirá "pára" de "para"?! E... "úmido"?!?! Isto é demais; já se me sobrevêm suores frios! Talvez, entre jornalistas, escritores e profissionais da escrita, devamos embargar esta idiotice, não? Uma bela sabotagem literária das antigas...
A minha língua é a minha pátria. Não me venham com atlantismos ou iberismos de algibeira!

Um beijinho, Maria Ana, e obrigado pela informação